sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Traje de Gente Rica

Na Mulher

- lenço de seda amarelo, amarrado atras,
- saia castanha fina e muito franzida,
- meias brancas rendendas,
- colotes de tecido fino branco até ao joelho,
terminando com renda
- saiote branco terminando com renda
- chinelas de couro pretos
- xaile de fitas no braço

A graça deste traje encontra-se quando a dançar, a saia roda e pode ver-se por baixo a parte do tecido branco do saiote e dos colotes

No Homem

- chapéu preto de aba virada acima,
- colete de fazenda preta e costas caltas,
- camisa de linho industrial com gola à padre,
- calças pretas de fazenda com presilhas,
- boltas pretas de sola.
Este foi o primeiro traje que vesti quando se iniciou o Rancho Folclórico e Etnográfico da Casa do Concelho de Castro Daire. Não tive grande dificuldade em dançar dado que neste traje, quer o homem quer a mulher dançam de; ela de chinelas leves de couro e ele de botas de couro.
Este traje era também chamado de Agricultores Abastados. Nota-se já uma certa diferença nos tecidos, pela sua suvidade e leveza. Provavelmente seriam tecidos que eram comprados fora das aldeias, em locais próprios de venda.
Esta dança é já a saída do palco após a actuação. è uma dança leve que se dança rodando para um lado e para o outro, ao som da musica e dos cantadores que cantam o fado. Cantares ao desafio

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Traje Domingueiro de Gente Pobre

Representativo das gentes do povo

Na Mulher
-lenço de lã amarrado na cabeça;
- saia de serrobeco castanha; (este tecido resulta também
da separação do linho)
- blusa de linho;
- não usa meias
- mas calça tamancos pretos

Instrumentos de trabalho: Cântaro de água debaixo do braço, seguro com as mãos ao ombro ou no braço, uma toalha de linho (produto final do trabalho realizado).

No Homem:
- calças de tomentos (parte mais fraca do linho);
- camisa de linho caseiro;
- chapéu de palha;
- tamancos serranos abertos (pode dançar descalço)

Instrumento de trabalho: ancinho
Este traje pelo que foi dito abaixo nas diversas fases do trabalho do linho, resulta do aproveitamento do que se fazia na aldeia. Quuer o trabalho do linho, quer depois o seu aproveitamento para a confecção de peças de vestuário.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Os Trajes


Alguns exemplos dos mais característicos, para além do traje de romaria, de ir à missa, (ou ver a Deus como diz o povo), de cerimónia e os noivos.

Os Pastores da Serra do Montemuro

Na Mulher – Lenço de lã atado atrás blusa de chita, saia de lã, tamancos serramos e capucha. (Ainda hoje se pode ver numa aldeia situada na Serra de Montemuro de nome “PICÃO”, as mulheres mais velhas usam esta capucha, para se protegerem do frio e da chuva). É feita de lã de ovelha. Esta é uma realidade ainda dos nossos dias mas que em contraste com a agressividade da serra e a paisagem agrestem nos trasnporta por momentos para o ambiente da Idade Média

No Homem – Chapéu e capa feitos de palha, cajado e tamancos serranos. Esta capa protege o homem do frio e da chuva. Nas pernas usa também uma protecção dos joelhos até aos pés, feita do mesmo material.
Esta palha que antigamente, servia também para cobrir as casas de granito. A tal chamada cobertura de colmo, ainda hoje se pode ver nas casas antigas que no momento presente servem para guardar o gado e para palheiros.
Mª Dolores Marques

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Castro Daire e o Folclore

Folclore do Sec XXI - Cultura Popular
A divulgação da cultura popular, local e regional, é feita através da existência de ranchos folclóricos , cujos responsáveis desenvolveram um trabalho de pesquisa indo ao encontro de como se vivia no passado. Esta divulgação, consiste na recriação na íntegra de todo o historial de músicas, trajes, instrumentos de trabalho do séc. XIX.

Posteriormente à 2ª guerra mundial e como consequência desta, inicia-se um movimento migratório que faz deslocar pessoas do interior do país para as grandes cidades, tendo como objectivo melhorar as condições de vida. Cria-se assim uma comunidade muito grande em várias zonas de Lisboa, mas principalmente na Zona Oriental, que é onde se instalaram as indústrias, que irão receber estas pessoas.

Castro Daire Abraça Lisboa
Em 1991, é criada a Casa do Concelho de Castro Daire em Lisboa, e com ela o Rancho Folclórico e Etnográfico da Casa do Concelho de Castro Daire.

Possui um reportório de grande qualidade baseado nas recolhas etnográficas e coreográficas, efectuadas pelos ranchos com mais tradição e residentes nas aldeias limítrofes do Concelho. Desde essa data que estão presentes em vários festivais de folclore, e dão a conhecer o Concelho, os costumes e as suas gentes através do "Castro Daire Abraça Lisboa. (Fiz parte deste grupo desde a sua fundação, onde permaneci cerca de 3 anos)

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Receio / Desalinho

Para falar do tema que se segue "O Folclore", nada melhor do que dar início com uma letra escrita por mim para ser cantada e dançada- nunca o foi até à data....

Receio
Vi-te longe mas certinho
Com teu passo bem certeiro
Vinhas tão devagarinho
Quando chegaste ao outeiro

Agora que me avistaste
Mudaste o passo pro meio
Mudo eu o meu contraste
Para não ter mais receio?


Desalinho

Vi-te longe mas decerto
Com teu passo apressadinho
Tu me queres ver mais de perto
Com meu ar em desalinho

Vi-te longe mas decerto
Já não vais comigo á fonte
Vemo-nos aqui mais de perto
Escondemo-nos neste monte

Minha mãe me vai ralhar
Hoje cedo me ralhou
Por contigo me encontrar
Esta a sorte que me calhou

Vamos logo ver os lírios
Para saber como estão
Quero ouvir os seus delírios
Vi-os ontem e hoje não

Gostava de te encontrar
Logo mais ao entardecer
Queria tanto te mostrar
Um segredo a amadurecer


Mª Dolores Marques

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Dobar e Urdir o Linho






Nesta fase a dobadoira, serve para fazer novelos de linha.

Lembro de ver a minha avó sentada num banco baixinho e enquanto conversavamos ao serão, ela fazia rodar a dobadoira. Os meus olhos acompanhavam o movimento dos fios e o sono descia suave como pétalas de algodão




Existia também outro instrumento que servia para Urdir o linho.

É preparar os fios para o tear













(Todas as fotos aos instrumentos de trabalho do linho, foram tiradas por mim no Museu de Castro Daire)

Ainda Sobre O Linho (A Maçaroca)


Após a tarefa de fiar o linho as maçarocas, eram retiradas do fuso e colocadas no sarilho. Este intrumento servia para desenrolar o fio e ao mesmo tempo enrola-lo em forma de meada



As meadas depois de prontas iam a lavar e corar:

Em cortiços depositava-se água a ferver e cinza, após o que se colocam as meadas, deixando-as ficar uma semana.

Após esta barrela, e após a sua lavagem iam a corar: para isso ficavam ao sol até ficarem prontas.

Esta era uma fase final, a de preparação dos fios de linho para ser depois trabalhados no tear