quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Uivam os Lobos



Havia lamurias em surdos
que pareciam vento nas levadas

Havia silêncios no entardecer
que brincavam às escondidas
nos arvoredos...

......

Do Livro "UIVAM OS LOBOS" 
de Dakini, pseudónimo de Dolores Marques

Ciclos


Abra-se Setembro ao novo ciclo que se aproxima
Abra-se a terra para receber novas fragrâncias
Abram-se as gentes:
- ao novo caminhar das águas,
- aos novos rumos dos ventos,
- às novas fragrâncias do Inverno
Sinta-se no corpo, o aconchego da nova energia...quente... a ultimar os sentidos mais profundos do Ser – esse lugar afrodisíaco que renova a fonte de prazer, até que chegue de novo a Primavera, e, com ela tudo o que a terra fecundou e afundou.

DM

Extraviados

Lembro do tempo em que parti
as ausências e as presenças 
as semelhanças dos rostos 
mediáticos
os farrapos vestindo a magreza 
ainda acesa
todos os Invernos do chão 
que eu pisava

(Magros os gestos no amanho 
da imensa e colorida terra firme
acusada de desleixo pelo abandono 
dos seus antepassados)

Estranha forma que a sustenta
alma errante num espaço inócuo
a fome alimentava-se do seu corpo
etéreo círculo consumido pelo fogo

São braços que se erguem
em nome de ideais esquecidos
mas lembrados por todos 
os entes queridos que tombaram 
no mesmo espaço, desertores 
na copa de uma árvore a fitar o céu 
e arranham o ar com os galhos já secos

DM

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

De igual para igual


De igual para igual tudo se completa.
- como é fantástica a sombra, o reflexo, a virgem imaculada.
De igual para igual, tudo se organiza em prol de um objectivo comum.
- como é evidente, a áurea que envolve as multidões em movimentos abertos, enfrentando os seus próprios medos.
De igual para igual nem tudo é igualmente sereno.
- como é desigual....a volta que dão em torno de um pequeno astro, acabado de chegar à terra.
De igual para igual, nem sempre se pensa, nem sempre se sente, nem sempre se É o Todo.
DM




Moção

Em Moção... os tons pictóricos do tempo

Portais

Em Moção...abraços de sempre e para sempre

Rio Paiva


Rio Paiva

Como se o mar não existisse...
e somente a doce sublimação espelhada nas águas

Correntes

Quando todas as correntes se fundirem, deixaremos de precisar uns dos outros. Não permitiremos que nos usem, como manta de retalhos sobrepostos.
Seremos a força de uma nova corrente, onde não existem margens ressequidas, onde tudo seguirá a ordem natural de todas as coisas nascidas de um único ventre.
Assumidos os elementos na sua trajectória.
Não mais seremos seguidores de nada nem de alguém, mas mentores da nova ordem implantada. Tudo será límpido e transparente no universo dos sentidos.

ÔNIX/Dolores Marques
Foto no Rio Paiva