A mulher andava pelos campos guardando os rebanhos e fiando o linho, ou então sentada à porta dando dois dedos de conversa, enquanto o sol não se escondia por detrás do monte.
À noite, ao serão na lareira, enquanto a lenha estalava e eu via o fogo crepitar e as faíscas a saltitar pelas rugosas pedras, a minha tia ia contando histórias e fiando o linho. Eu ouvia as histórias ano após ano, já as conhecia, por isso concentrava-me nos gestos e nos movimentos sitonizados entre a roca e o fuso.
Na ponta da roca enrola-se uma boa porção de linho e vai-se puxando o linho que começa por se enrolar no fuso. É ele que através dos movimentos dos dedos da mão direita, vai rodando e puxando o linho até ficar transformado em fio. O fuso é uma peça de madeira fina e dedonda que vai recebendo o fio, e que quando cheio se retira. È a meada pronta para a fase seguinte.
2 comentários:
É encantador o que descreves e tão bem! Lembra-me dos tempos de menina e da minha aldeia. Obrigada Dolores. Um beijinho meu. Tenho-te no pensamento, embora ande um pouco afastada!
Querida Dolores! É com muito prazer que te venho fazer a entrega do prémio Dardo! Passa pelo meu espaço.
Mil beijos azuis!
Enviar um comentário