Trabalham a terra à moda antiga e vivem no meio das montanhas. Os cumprimentos habituais, a azáfama do costume, a rega que é precisa:
- Os milhitos, coitadinhos que tanta sede têm" diz a tia Dulce. A minha mãe acena com a cabeça que as névoas lá ao longe, são um aviso de que o vento de cima vem aí talvez esta noite.
- Esperamos que não seja nada, mas que ele vem, vem. Assim nos despedimos, sem mais a dizer, com um "até manhã se Deus quiser".
De facto quando me fui deitar, já se ouvia o uivo característico do vento do Norte. Um eco a embalar-me o sono, com o qual adormeci até de manhã bem cedo, quando os guizos do rebanho do Carlindo me despertaram para o nascer do sol que estava prestes a acontecer.