Da mesma forma subia e descia a calçada! Do mesmo jeito olhava as pedras de xisto ali calcadas por todos os que fizeram daquele chão o seu habitat natural. Do mesmo modo fui ao passado rebuscar os gestos que moldaram a minha segurança no andar. É o único passado que forço neste cenário onde a infelicidade é rastro de indecência por novos caminhos.
E neste agora, esse marco xistoso e enrugado faz-me feliz, neste momento em que escrevo e sinto as mãos presas por não saber como vos dizer da idade da inocência, sem deixar cair um choro quente e brando do meu olhar.
Mas foi um modo e um jeito de ser por forma a manter equilíbrio e ter mais firmeza nos actos. E eu andei tantas vezes descalça nestas pedras…molestei os pés, rasguei a pele dos vestidos nas silvas, comi a terra das raízes das pútegas, afundei a cabeça na terra das poças de água para aprender a nadar, e aprendi.
A atitude no andar continua igual. Embrenhei-me por um silvado e comi amoras verdes e maduras. Enfim sou eu mesma agora com passos mais largos, mas pequenos ainda neste caminhar breve pelas pedras de xisto.
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