Como quando todas as pedras do rio falavam
E me contavam a minha verdadeira história
Como quando à noite as estrelas se cansavam
E não caíam como focos cintilantes na minha memória
Já ninguém toca o sino da capela nem sequer imagina
Como soa na torre, a alvorada. Aquela que os seduz
Mas não se cala e nem por morte é a sua sina
Por isso, como consente ser vela, se nem é luz que reluz
Nem por sorte nem por mim colho os cravos desse jardim
Que por fado, já nem é morte mas vida simplesmente
Esta que sinto com cheiro a terra e aromas de jasmim
Que nem por sorte nem por mim a expiro completamente
A noite trouxe o fogo que já nem arde um só momento
Já nem o ar varre as ervas que se firmam no pó dos estios
E eu por terra adentro, fui só mais um elemento
A rasgar todas as vestes e com elas a cobrir outros gentios
Dolores Marques – Junho 2013
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