(...)Penetrar nestas histórias é o mesmo que saltar de pedra em pedra nas correntes baixas do rio, ao permitir que uma lágrima se interponha entre o musgo esverdeado de uma corrente esquecida. Do outro lado, a margem sequiosa de ventos e brisas, aguarda pelos novos caminhantes sobre as águas. Dali subiremos a encosta para a serra de Reriz. Deixo-me seduzir pelos cânticos eclesiásticos das águas.
Estes cânticos, são nada mais do que água benta a salpicarem novos movimentos.
que quero passar sorrindo
as lágrimas que canto
já foram rio abaixo
os olhos que chorando
já se ouvem em sorrisos quentes.
Andar ou aprender a caminhar no meio de algumas sombras, e não à sombra de algumas variáveis desajustadas ao meio em que se vive, é muitas vezes o ponto de intersecção onde nasce a luz, quando desta surgem novos pontos em cruz, cessando a dicotomia existente entre uma variável e outra.
Todos os dias são dias para aprender ou desaprender, assim como os são para o amor ou desamor. Todos os dias são vida a manifestar-se por vários caminhos.(...)
Dolores Marques in "Coração da Terra"
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