Enquanto o sonho espera para escancarar portas, as gentes desesperam por mais ventos do norte.
Que cheguem leves e brandos, assumidamente vincados no alto da serra, onde o granito se acomodou faz tempo, no lugar onde as estrelas adormecem sempre à mesma hora.
Enquanto os corpos adormecem por entre as paredes de xisto, que a lua adormeça por entre as sementeiras, e faça do ventre da terra um lugar fecundo mesmo que o sonho demore, mesmo que o sol se esconda e as sombras sejam agora o reflexo das gentes que com o terço entre os dedos, e as contas a saltitar por dentro dos olhos, são um eco rasgado mas não acomodado.
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