"A liberdade não passou por aqui"
O direito a matar a sede está a ser vedado aos animais, aos terrenos, bem como às pessoas, pois nascentes de água sufocadas irão impossibilitar outras de continuar, e, o ciclo da água interrompido será o mesmo que nos taparem a boca, impedindo-nos de respirar. Sucumbiriamos, portanto.
Na Serra do Montemuro, mais precisamente em Moção, aldeia onde nasci e cresci, livre pelos campos, tal como o elemento água que reclama agora pelo direito de o voltar a ser. A liberdade ainda não passou por aqui.
Este resto de água, ainda corre pelos regos antigos por onde se encaminha para regar os terrenos. Porém, pela serra acima, as nascentes de água sobrevivem sufocadas em tubos de plástico, cuja boca da fonte, tapada, impede as suas correntes da sua abundância até ao rego das levadas.
Daí que nada poderá sobreviver no futuro próximo, nem nascentes de água, nem fontes, nem os animais, bem como os terrenos, as pessoas, até aquelas que se apoderaram de água do regadio que deve ser de todos, durante o verão. Os regos deixarão de receber este bem precioso e essencial para todos.
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