Os voos rasgados
dos pingentes verdes
nos ramos
a beberem do burburinho
um céu de lágrimas
ali despejadas
As asas sarapintadas
do d’ouro trigo das searas
o doce incenso dos fenos
que dançam descuidados
no pico alto das levadas
Dos fundos
nasce um novo fundo
a declinar o apego
às correntes desalmadas
Cálidos os suores frios
nas mãos inflamadas
submetidas à sorte
de outras sortes enamoradas
E os sons…os sons
inaudíveis das margens
estilizadas, ali profanadas
Dolores Marques
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