sábado, 8 de agosto de 2009

Névoas

Lá para os lados de Reriz, a serra cobre-se de um colorido esbranquiçado. Ao longe quase se pode sentir esta leveza cor de pérolas, que ronda um céu brilhante e esvoaça junto às encostas, baixando até quase ao ponto de passagem. As gentes destas terras falam como se fizessem parte delas numa linguagem similar perfeita. Trabalham a terra e vivem no meio das montanhas. Os cumprimentos habituais, as azáfamas do costume, a rega que é precisa:


- "os milhitos, coitadinhos que tanta sede têm" diz a tia Dulce. A minha mãe acena com a cabeça que as névoas lá ao longe são um aviso de que o vento de cima vem aí talvez esta noite.

- Esperamos que não seja nada, mas que ele vem vem.
Assim nos despedimos, sem mais a dizer, com um até manhã se Deus quiser...


De facto quando me fui deitar por volta das 23h300, já se ouvia o uivo característico do vento do Norte. Um eco a embalar-me o sono e com ele adormeci até de manhã bem cedo quando os guisos do rebanho do Carlindo me despertaram para o nascer do sol que estava prestes a acontecer.

Quase a tocar o Céu

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