sexta-feira, 16 de julho de 2010

Aldeia de Moção...gémea à Aldeia da Relva

(foto Dolores Marques)
*
O destino está marcado...
Ou somos nós que fazemos o destino?
Já não sei o que pensar
Só sei que tudo pode ser mudado
Desde o grande ao mais pequenino
Apenas num simples
Clicar

E assim
Culturalmente
As Aldeias “gémeas”
Relva Moção
Irão ser comentadas

Em Agosto,
Estação do Verão


E recordadas
Por dois seres
Que nem se conhecem ainda
Mas que o viver nas duas é igual
São duas aldeias de Portugal
Onde a crise já chegou
E imigrados
Vivem
Nelas sentem uma saudade
Ainda de isolamento
“Infinda”

Este encontro
Vai servir
Para melhor descobrir
O quanto está retido
Sobre um passado
Sofrido
Tem “peada”
Pelos dois
Da mesma maneira
Vivido

Nesta minha poesia
“Um Nada”
Ao seu lado
É para mim uma união
Da Relva
Aldeia gémea
Com a Aldeia
De Moção

Poeticamente
Com a sua beleza de escrever
E com a minha pobreza
Mas vontade de ajudar
Faremos das nossas ALDEIAS
Um testemunho
E local a percorrer
Pelo menos para
A todos lembrar
Que elas são
Um tesouro
Em plena serra
Mas que vale a pena conhecer

É nelas .. ALDEIAS
Onde o carinho humano está presente
E a sua gente diz o que gente
Em meias Luas
Em quarto crescente
Em quarto minguante
Em todas
As Luas cheias
*
Poema enviado por Adelino Pereira, natural da Relva

quarta-feira, 7 de julho de 2010

dourointeiro disse:

dourointeiro disse...
Embrenhei-me nas montanhas sobranceiras à Paiva ( rio Paiva) a que eu gosto de chamar no feminino) e não sei se venho dos lados da serra de Montemuro ou se me deixei ficar numa das aldeias dispersas pelos montes. Sei que ao ler esta escrita, mergulho nesse mundo rural quase esquecido mas depositário de belezas raras, de cheiros inimagináveis, palco sobrevivente às imensas cenas ali representadas ao longo de séculos. Quase todos partiram deixando a terra ao abandono, quase sozinha nessa luta desesperada contra a desertificação. Há casa abandonadas, ruas inteiras onde só o vento caminha solitário. Há roseiras em beiras que deixaram há muito de ter água, há campos onde o arado não rasga a terra outrora produtora de pão. Há fantasmas a percorrer as noites, sombras de gente que já não mora ali mas deixa o pensamento regressar em busca de um tempo feliz ali vivido. Ás vezes percorro esse espaço para sentir o clamor das saudades, ver de perto, ser testemunha ao menos, da agonia de um país que deixou de honrar-se a si próprio e perdeu as referências maiores da sua história. Se me ponho a pensar em tudo sentado numa pedra à beira da Paiva, é por que por mais que tente encontrar explicação para semelhantes crimes, nada de nada me ocorre perante a realidade que me cerca.Esta é a reflexão que me aparece ao ler este texto, o acenar de cabeça de quem concorda com a escrita. Palavras, são apenas palavras mas têm o poder de despertar a história de um povo.Deixo a serra ou vale onde corre um rio que não é o meu com a certeza que a Paiva, mais hora menos hora, há-de encontrar-se com o Douro e então este rio que é o meu, vai saber de tudo o que se passa nas montanhas.
M. Araújo da Cunha
3 de Julho de 2010 03:46 http://dourointeiro.blogspot.com
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Agradeço-lhe este delicioso comentário ao texto aqui publicado sobre tempos idos e pessoas que o viveram, intensamente