sexta-feira, 28 de outubro de 2011

No Meio do Nada



Aldeia esquecida
No meio do nada
Onde quase nada existe
A não ser
Solidão
Isolamento
Terra perdida nos confins
Da serra

A esperança desvanece-se
O sonho apaga-se
A ambição morre
Procura-se uma saída
Mas encontra-se sempre
Uma encruzilhada
Imaginando como será
O outro mundo
O mundo do lado de lá

Terá muitas cores
Luzes, gente
Que belo sonho
E a verdade assume-se
No mesmo mundo
A terra do nada

Triste realidade
Embrenhada na terra perdida
Deixando-se levar
Por este nada
Terra que é de todos
E não é de ninguém

Lugar este
Que me pertence
E o sonho que nunca acaba
Continua…nas gentes
Nas gentes que vivem da terra
Do nada
Para o mundo

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Livia Dias Ferreira, minha avó, nasce no Brasil, após a emigração de seus pais. Regressa a Portugal com 6 anos de idade. Nesse mesmo dia foi guardar gado no monte. Nunca voltou a sair da aldeia, onde casou e teve duas filhas, minha mae Deolinda e minha Tia Ida. Uma força no feminino, a trabalhar a terra. Trabalhou nas minas de extração de volframio




1 comentário:

Eloah disse...

Que poema lindo.Trazer para memória escrita a história singular de uma mulher que amou a terra e sua aldeia fazendo delas o caminho escolhido para sua vida.Parabéns! No meio do Nada existe bem mais do que imaginamos. Bjs Eloah