quinta-feira, 29 de março de 2012

Eras



(Doto; D.M. - Rio Paiva)




O tempo escorre
Como o leito
De um rio
Corre para a foz

Indefinição
Que mede
Um espaço
e
O renega
Fraco espírito pedinte
A passar pela
Nova Era
Na espera

Refinado lugar das águas
Atroz
Veloz
Perdido
Sem voz
A cessar
Nas correntes prenhes
Dos detritos
Graníticos da serra
Que não ouve
O uivo do vento
Nem o sente
Senhor
e
Rei

O tempo
É cicatriz
Em ardósia protectora
De um telhado tosco
Assente em barrotes
De madeira de lei

Feito
Ou contrafeito
Movimento interno
Alimentando o tempo
Da mudança
Cravado
e
Estancado
Nos medos grotescos
Nos feitos gigantescos
De todos os tempos
Que eu simplesmente
Não guardei

2 comentários:

Eloah disse...

Belíssimo poema.Nos transporta a natureza com toda a sua grandeza, leveza e sabedoria.parabéns1 Amei!
Bom final de semana.que seja suave, doce e feliz.Bjs Eloah

Eloah disse...

Querida Feliz Páscoa! Páscoa nos lembra renascimento, recomeço e uma nova chance. Que a alegria da Páscoa invada o seu coração e o daqueles a quem ama, e faça deste momento um espaço de reflexão de amor e de paz. Bjs Eloah