segunda-feira, 18 de junho de 2012

Quem conta um conto


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O rio Paiva, corre silencioso ao fundo por entre os pinheiros e os amieiros. De longe sente-se um pulsar sereno, avivando os montes que lhe conferem um estado ainda virgem. Encontram-se muitos vestígios da passagem dos Romanos, através das  pontes que ainda sobrevivem, como é o caso da ponte Pedrinha à entrada da Vila. Em Grijó, a ponte de Cabaços, dá mostras de que a arte moderna já por aqui passou, com a construção da nova ponte. A ponte antiga, encontra-se ainda a querer sobressair no tempo que lhe deu vida. A cada ano que passa, eu olho-a,  tentando decifrar quantas pedras já foram mergulhar nas águas calmas e transparentes deste meu rio.

Esta foi uma semana com o Agosto quente, o sol quase a querer sair do sitio onde mora, para se firmar no alto do monte, até que as suas sombras atinjam as pedras graníticas da calçada. Estou de visita ao Sr. José Maria, homem na casa do 87 anos, a viver sozinho na aldeia da Desfeita, terra onde meu pai nasceu e se criou. Ouvi dizer que ele conheceu bem a personagem desta história,  que pretendo,  fidedigna pelo que ouvi e tentei recriar, através das minhas próprias lembranças. Falámos de quando eu era pequena, de quando ele me aplicava as injecções, sempre que adoecia. José Maria tinha sido enfermeiro na tropa. Lembrei-o da minha avó Lívia, da minha avó Belmira e do meu avó Joaquim Marques. Lembrou-se quem eu era. Homem pensador, e ainda com muita lucidez para acontecimentos passados. Falei-lhe de João Fernandes e a conversa aconteceu naturalmente, mostrando-me através das suas lembranças, uma certa nostalgia, quer pelo tempo que passou com ele, quer pela vida que foi obrigado a viver, pelas circunstâncias da vida. Uma vida triste dizia-me ele, enquanto se distinguia no se olhar um fio de tristeza que foi direccionado para um ponto lá longe no cabo do monte, onde ele viveu até se ter casado. Diz-me ele após algum tempo: 

Após a conversa com o Sr. Zé Maria e de volta a casa, deparo-me com algumas vivências, que são comuns a muitas outras pessoas que por aqui ainda vivem. Sim, porque o João podia muito bem ser ainda vivo, para que eu própria pudesse ouvir-lhe a viva voz, sobre os seus revezes por terras e Viriato. 
(...)

1 comentário:

Ernesto Castanha disse...

Olá tudo de bom ...
Obrigada por seguir o meu blog .
Também estou a seguir o seu , como poderá ver .
Eu recomendei no +1
Parabéns o seu blog está magnifico .


Ernesto
ernestocastanha.blogspot.com
ernestocastanha.blgs.sapo.pt