segunda-feira, 17 de maio de 2010

Uivos Famintos dos sem terra, sem pão

(Foto Dolores Marques)
*
Rio aberto
Morada acesa
Cheias de estios
Desgovernadas
Estouvadas
Tresloucadas
Cantam ao vento
O seu novo alento
*
Nas serras
Roubam aos céus
O arremesso
Do voo alto dos falcões
Pardacentos
Malhados e tresmalhados
Exímios na arte
De tão bem saberem voar
Chocalham as pedras do monte
Graníticas no seu pastorear
*
Cajados à solta
Berros que largam ecos pelo chão
Em vez do pregão
Ao tempo
Pelos que vão
Nos uivos famintos
Dos sem terra
Dos sem pão
*
(Poema inspirado nos ainda resistentes que vivem nas terras junto à Serra do Montemuro e se dedicam á pastorícia)



1 comentário:

Andradarte disse...

Não conheço a região....pecado capital...
Boa foto.Bela descrição
Beijo